A cidade de
Tombuctu (em francês:
Tombouctou; em koyra
chiini:
Tumbutu; por vezes, escrita
Timbuktu) é a
capital da região de mesmo nome. Localiza-se no centro do Mali.
Apesar de não mostrar o esplendor da sua época
áurea, no
século XIV e estar a ser engolida pela
areia do deserto do
Saara, ainda tem uma importância tão grande, como depositório de saber, que
foi inscrita pela UNESCO, em 1988, na
lista do Patrimônio Mundial. A população da Comuna é de 54.453 habitantes (Censo 2009).
A prestigiosa universidade corânica de Sankoré, onde
50 000 sábios muçulmanos ajudaram a espalhar
o Islão através da África
Ocidental, ainda funciona, embora com um número mais reduzido: 15 000
estudantes. Tombuctu alberga, ainda, o famoso centro Ahmed Baba, com a sua
colecção de
20 000 manuscritos árabes
antigos, que retratam mais de um milénio de conhecimento científico islâmico e
vários madraçais. A cidade tem
três mesquitas principais: Djingareyber, construída de barro em 1325, Sankoré et Sidi Yahia.
Tombuctu foi inscrita em 1990 na Lista do Patrimônio
Mundial em Perigo.
Tombuctu foi fundada cerca do ano 1100 pela sua proximidade com o rio Níger para servir às
caravanas que traziam sal das minas do deserto do Saara para trocar por ouro e escravos trazidos do sul por aquele rio. Em 1330, Tombuctu fazia parte do poderoso império
do Mali, que controlava o lucrativo negócio
do sal por ouro em toda a região, estando ligada à cidade de Yenné
através do comércio do sal, de cereais e do ouro. A sua função comercial era
acompanhada de uma função militar. Dois séculos mais tarde, Tombuctu atingiu o
seu apogeu sob o império Songhay, tornando-se um paraíso
para os estudiosos e a capital espiritual dos finais da dinastia Mandingo Askia
(1493-1591). Tombuctu, que foi habitada por muçulmanos, cristãos e judeus durante centenas
de anos, foi sempre um centro de tolerância religiosa e racial. As culturas
locais - songhai, tuaregue e árabe– misturaram-se, mas conservaram as suas
distintas tradições. Essa idade de ouro terminou no século XVI, quando um exército marroquino destruiu o império Songhay.
O domínio do comércio com África
pelos navegadores europeus foi mais uma
razão para o declínio de Tombuctu . O plano actual da cidade é do século XIX. Cinco bairros
repartem-se no espaço urbano rodeado por uma muralha de cinco quilómetros. Nesta
cidade comercial, é dada uma grande importância ao espaço dedicado aos mercados
e aos lugares públicos. Uma parte da cidade de Tomboctu já caiu devido às
tempestades de areia do Saara.
A desertificação e a acumulação de areia trazida pelo vento seco
harmattan já destruíram a vegetação, o abastecimento em água e muitas
estruturas históricas da cidade. Depois de Tombuctu ter sido inscrita na lista
do Patrimônio Mundial em Perigo, a UNESCO iniciou um programa para conservar e
proteger a cidade.
Centro de
aprendizagem
Durante o começo do
século XV, foram
criadas várias instituições islâmicas. A mais famosa delas é a mesquita de
Sankore, conhecida atualmente por Universidade
de Sankore.
Enquanto o islamismo era praticado nas cidades, nas zonas rurais
locais a maioria não seguia as tradições muçulmanas. Seus líderes eram
muçulmanos, interessados no avanço econômico, ao passo que a maioria da
população era de "tradicionalistas".
Universidade de
Sankore
No centro da comunidade escolar islâmica, a universidade de Sankore se
organizava de forma diferente das escolas medievais europeias, sem uma
administração central, registros de estudantes, ou cursos prescritos para
estudo. Era composta, basicamente, por outras escolas ou "faculdades"
independentes, cada qual com seu mestre. Os estudantes ligavam-se a um único
professor e os cursos eram oferecidos em pátios abertos dentro das instalações
da instituição ou em residências fechadas. As escolas dedicavam-se a ensinar o
Alcorão e outros campos de
conhecimento, tais como a lógica, a astronomia e a história. A venda e compra de
livros chegou a ser mais lucrativa do que o comércio de ouro e escravos. Entre
os melhores alunos, professores e pedagogos, estava Ahmed
Baba, personagem histórico frequentemente citado no Tarikh-es-Sudan
e em outros livros.
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