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segunda-feira, 11 de março de 2013

DISTRITOS DE PORTO VELHO (RO) QUEREM REALIZAR PLEBISCITO PARA EMANCIPAÇÃO


Ao lado de Calama, Vila dos Papagaios e Tira-Fogo, estas pouco ou quase nenhuma atenção tem recebido do poder público.

Porto Velho, Rondônia – Como sinais do tempo, barracões, sítios e santuários ecológicos parecem dizer, nas duas últimas décadas, sobre o abandono de parte dos distritos do município de Porto Velho por sucessivos governos. E gestões distritais que, ao longo dos ciclos econômicos, nunca disseram a que vieram aos cidadãos.
É o caso dos distritos ao longo da BR-364 no sentido Rio Branco [AC] e Baixo Madeira, respectivamente, a maioria sem obras infra-estruturais em saneamento, educação, saúde, transporte, segurança e telecomunicações e outras.
Calama, uma unidade beirando uma idade secular, ‘é a prova inconteste do despropósito descarregado de gestões arenistas, peemedebista-petistas’, diz um dos mais antigos policiais civis acreditados na localidade que se negou a revelar a identidade.  
Ao lado de Calama, Vila dos Papagaios e Tira-Fogo, estas pouco ou quase nenhuma atenção tem recebido do poder público. Ricas em seus quadros naturais, com geografia potencial para os padrões turísticos e manejos sustentáveis, ‘até esta data não foram aquinhoadas com os planos e projetos do Município, do Estado ou da União’, ele disse.
E aponta a situação vexatória em que encontra a Igreja Católica de Calama, atualmente, ‘a poucos centímetros de ser engolida pelo Rio Madeira’.  Por lá passaram, em campanha acirrada, Ivo Cassol [PP], Confúcio Moura [PMDB], os candidatos Lindomar Garçon [PV], Mário Português [PPS], Aluisio Vidal [PSOL], Roberto Eduardo Sobrinho [ex-prefeito petista], Mário Sérgio [PMN] e Mauro Nazif [enquanto candidato e agora, prefeito].
De nenhum ou quase nenhum deles, ‘fatos marcantes ocorreram na educação, saúde, agricultura, turismo ou mesmo em promessas anunciadas pelo presidente da Assembléia Legislativa [ex-vereador e agora deputado estadual], senadores Cassol, Valdir Raupp e deputados Moreira Mendes [PPS], Marinha Raupp [PMDB], Anselmo de Jesus e padre TOM [PT].
POUCO DO MUITO QUE SÃO – A história dos distritos, pelo menos, parte deles está intimamente ligada à história da Estrada de Ferro Madeira Mamoré [EFMM]. Do Baixo Rio Madeira, os expoentes são Calama, Santa Catarina, São Carlos e vilarejos do entroncamento do Madeira com o Rio Jamari, ‘não há registros nos governos de que alavanquem suas economias’, desabafa José Raimundo de Lucas, lenhador aposentado.
À beira do centenário, Porto Velho ainda não se dispôs a fazer um diagnóstico completo das potencialidades dessas unidades. Pelo menos, 70% delas são de importância estratégica para a sustentabilidade sócio-econômica do município. É o caso de Calama e São Carlos, esta última detentora de potencial aurífero ainda não calculado, segundo o presidente da MINACOOP [Cooperativa dos Garimpeiros, Mineração e Agro-florestal], Washington Charles Cordeiro Campos, 65 anos.
A SAÍDA – A solução para os Distritos que se consideram abandonados por suas lideranças e pelo poder público Municipal, Estadual e Federal, respectivamente, ‘é a criação de um Movimento Pró-Emancipação Econômica e de Cidadania’. O objetivo, segundo moradores, ‘só assim teremos a autonomia do passado devolvida, como nos Ciclos da Borracha, do Ouro e da Madeira’, acreditam.
De acordo com os mais ousados expoentes do comércio e da classe estudantil, do Distrito de Calama, ‘é a criação de novos municípios’; apesar dessa medida ainda estar suspensa pela Emenda Constitucional nº 15, de 1966. Mas que nunca foi regulamentada.
Visceralmente dependentes do poder central, em Palácio Presidente Vargas, os distritos do Baixo Madeira reaglutinarem suas forças políticas para esse fim. A estratégia, parte deles revelaram, ‘é seguir as lideranças de Extrema, Jaci-Paraná e Nova Califórnia’. Com isso, surge a expectativa de que, Calama e São Carlos, venham a realizar o primeiro plebiscito da história em busca da emancipação.
ACORDA OLIMPO – Como no estado de emergência puxado pelas forças de segurança do País por força da ebulição das zonas vermelhas em situação de perigo ao Estado Democrático de Direito, garimpeiros, comerciantes, agricultores, barqueiros e o movimento estudantil na região, deixaram escapar ‘a vontade de se reunirem com futuros candidatos ao Palácio Presidente Vargas’.
Na agenda, ‘a busca por um entendimento do Governo e Prefeitura de Porto Velho com o Supremo Tribunal Federal [STF] a fim de que estipule um prazo para que o Congresso Nacional regulamente os casos em que poderia haver criação de municípios. Pelo menos, forje o presidente da Câmara, vereador Allan Queiroz [PSDB], a levantar essa bandeira rumo à autonomia dos Distritos.

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