Ao lado de Calama, Vila dos Papagaios e Tira-Fogo, estas pouco ou quase nenhuma atenção tem recebido do poder público.
Porto
Velho, Rondônia – Como sinais do tempo, barracões, sítios e santuários
ecológicos parecem dizer, nas duas últimas décadas, sobre o abandono de parte
dos distritos do município de Porto Velho por sucessivos governos. E gestões
distritais que, ao longo dos ciclos econômicos, nunca disseram a que vieram aos
cidadãos.
É o caso dos
distritos ao longo da BR-364 no sentido Rio Branco [AC] e Baixo Madeira,
respectivamente, a maioria sem obras infra-estruturais em saneamento, educação,
saúde, transporte, segurança e telecomunicações e outras.
Calama, uma unidade
beirando uma idade secular, ‘é a prova inconteste do despropósito descarregado
de gestões arenistas, peemedebista-petistas’, diz um dos mais antigos policiais
civis acreditados na localidade que se negou a revelar a identidade.
Ao lado de Calama,
Vila dos Papagaios e Tira-Fogo, estas pouco ou quase nenhuma atenção tem
recebido do poder público. Ricas em seus quadros naturais, com geografia
potencial para os padrões turísticos e manejos sustentáveis, ‘até esta data não
foram aquinhoadas com os planos e projetos do Município, do Estado ou da União’,
ele disse.
E aponta a situação
vexatória em que encontra a Igreja Católica de Calama, atualmente, ‘a poucos
centímetros de ser engolida pelo Rio Madeira’. Por lá passaram, em campanha
acirrada, Ivo Cassol [PP], Confúcio Moura [PMDB], os candidatos Lindomar Garçon
[PV], Mário Português [PPS], Aluisio Vidal [PSOL], Roberto Eduardo Sobrinho
[ex-prefeito petista], Mário Sérgio [PMN] e Mauro Nazif [enquanto candidato e
agora, prefeito].
De nenhum ou quase
nenhum deles, ‘fatos marcantes ocorreram na educação, saúde, agricultura,
turismo ou mesmo em promessas anunciadas pelo presidente da Assembléia
Legislativa [ex-vereador e agora deputado estadual], senadores Cassol, Valdir
Raupp e deputados Moreira Mendes [PPS], Marinha Raupp [PMDB], Anselmo de Jesus e
padre TOM [PT].
POUCO DO
MUITO QUE SÃO – A história dos distritos, pelo menos, parte deles está
intimamente ligada à história da Estrada de Ferro Madeira Mamoré
[EFMM]. Do Baixo Rio Madeira, os expoentes são Calama, Santa
Catarina, São Carlos e vilarejos do entroncamento do Madeira com o Rio Jamari,
‘não há registros nos governos de que alavanquem suas economias’, desabafa José
Raimundo de Lucas, lenhador aposentado.
À beira do
centenário, Porto Velho ainda não se dispôs a fazer um diagnóstico completo das
potencialidades dessas unidades. Pelo menos, 70% delas são de importância
estratégica para a sustentabilidade sócio-econômica do município. É o caso de
Calama e São Carlos, esta última detentora de potencial aurífero ainda não
calculado, segundo o presidente da MINACOOP [Cooperativa dos Garimpeiros,
Mineração e Agro-florestal], Washington Charles Cordeiro Campos, 65
anos.
A SAÍDA – A solução
para os Distritos que se consideram abandonados por suas lideranças e pelo poder
público Municipal, Estadual e Federal, respectivamente, ‘é a criação de um
Movimento Pró-Emancipação Econômica e de Cidadania’. O objetivo, segundo
moradores, ‘só assim teremos a autonomia do passado devolvida, como nos Ciclos
da Borracha, do Ouro e da Madeira’, acreditam.
De acordo com os
mais ousados expoentes do comércio e da classe estudantil, do Distrito de
Calama, ‘é a criação de novos municípios’; apesar dessa medida ainda estar
suspensa pela Emenda Constitucional nº 15, de 1966. Mas que nunca foi
regulamentada.
Visceralmente
dependentes do poder central, em Palácio Presidente Vargas, os distritos do
Baixo Madeira reaglutinarem suas forças políticas para esse fim. A estratégia,
parte deles revelaram, ‘é seguir as lideranças de Extrema, Jaci-Paraná e Nova
Califórnia’. Com isso, surge a expectativa de que, Calama e São Carlos, venham a
realizar o primeiro plebiscito da história em busca da emancipação.
ACORDA
OLIMPO – Como no estado de emergência puxado pelas forças de segurança
do País por força da ebulição das zonas vermelhas em situação de perigo ao
Estado Democrático de Direito, garimpeiros, comerciantes, agricultores,
barqueiros e o movimento estudantil na região, deixaram escapar ‘a vontade de se
reunirem com futuros candidatos ao Palácio Presidente Vargas’.
Na agenda, ‘a busca
por um entendimento do Governo e Prefeitura de Porto Velho com o Supremo
Tribunal Federal [STF] a fim de que estipule um prazo para que o Congresso
Nacional regulamente os casos em que poderia haver criação de municípios. Pelo
menos, forje o presidente da Câmara, vereador Allan Queiroz [PSDB], a levantar
essa bandeira rumo à autonomia dos Distritos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário