Há três anos a
população da Ponta do Abunã, foi feita de besta outra vez. Naquele 28 de
fevereiro de 2010, 190 mil eleitores, foram às urnas, para um plebiscito. O sim
transformaria Extrema, Fortaleza do Abunã e Nova Califórnia em município. O
plebiscito foi aprovado pelo TSE, coordenado pelo TRE, apoiado pelo governo do
Estado, Assembleia, bancada federal, por Deus e pelo diabo. Todos queriam a
emancipação dos distritos, distantes mais ou menos 300 quilômetros da área
urbana, com toda a estrutura necessária para se transformar na 53º cidade de
Rondônia. Dos mais de 190 mil que votaram, 170 mil votaram no sim. Festa,
foguetes, comemorações. E?? E daí não aconteceu nada. Tempo perdido, ilusão
apenas, engodo. Só o Senado pode mudar a situação, porque a lei atual proíbe a
criação de novas cidades. Mesmo assim, como num teatro o ridículo, autoridades
de todos os tamanhos incentivaram campanhas emancipacionistas, mobilizaram super
estruturas eleitorais, fizeram milhares de pessoas perder seu tempo. Todos
sabiam que era e é apenas jogo de cena.
Ah, mas pode-se
argumentar que o plebiscito é legítimo e um passo importante para futura
emancipação! Mas a verdade já se sabia muito antes: tudo o que foi feito não
serviu para nada. Pressão, mobilização, esforço comunitário. Tudo inútil. A
Ponta do Abunã, apta para ser emancipada há mais de 20 anos, é apenas massa de
manobra, mote de discursos de políticos e promessas vãs. Não foi e nem será
emancipada tão cedo, porque depende de Brasília e do Congresso. E ambos não
querem saber de autorizar emancipações. Ainda mais num estado periférico, no
meio da Amazônia. Se fosse ainda um lugar onde houvesse grande densidade
eleitoral (e só isso é importante), ainda teria chance. Afora isso, é só papo
furado...
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