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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

BR-210 (PERIMETRAL NORTE), OUTRO ELEFANTE BRANCO QUE NÃO DEU CERTO


A rodovia federal BR-210, também conhecida como Perimetral Norte, foi planejada no auge do desenvolvimentismo econômico do regime militar para cortar a Amazônia brasileira desde o Amapá até a fronteira colombiana no Estado do Amazonas, fazendo parte do Plano de Integração Nacional - PIN.
Em Roraima foram implantados os trechos de São João da Baliza até Caracaraí e de lá até o rio Repartimento, seguindo até a Missão Catrimani. Esta última porção foi desativada no ano de 2004 devido a falta de manutenção de pontes e deslizamento de barrancos. Da Missão Catrimani a estrada foi construída até o Posto Indígena Demini, já no Estado do Amazonas.
No Amapá, foi iniciada em 1973 aproveitando os 102 km já construídos pela ICOMI para exploração da Serra do Navio, saindo de Macapá, o projeto foi suspenso em 1977 depois de 170 km construídos que hoje terminam dentro da Terra Indígena Waiãpi.
O traçado planejado para a rodovia BR-210 cruzava diversos territórios indígenas ainda não contatados pela FUNAI, inclusive grande extensão da porção sudoeste da atual Terra Indígena Yanomami. A construção da Perimetral Norte entre o município de Caracaraí na primeira metade da década de 1970 levou a morte de dezenas de Yawarip, subgrupo Yanomami, levando os sobreviventes a mendigarem na beira da estrada. Em conseqüência, a população Yanomami dos vales dos rios Ajarani e Catrimani é devastada, sendo que quatro aldeias do Ajarani perdem 22% de sua população, entre 1973 a 1975, e quatro outras do Alto Catrimani perdem metade de sua gente em epidemias de sarampo em 1978. (BRASIL. Fundação Nacional de Saúde, 1991). Concomitantemente, instalam-se projetos de colonização no Ajarani e Apiaú tendo como conseqüência a pauperização e estabelecimento de portas de entrada de doenças com alta letalidade nas aldeias.


Missão Catrimani


A Missão Catrimani hoje é o ponto final da BR-210 dentro do estado de Roraima, divisa com Amazonas, Possui uma população total de 643 habitantes (Indígenas Yanomamis) e 143 resdidências, é desprovida de Posto de Saúde, de escolas e demais serviços do governo estadual. Vale lembrar que hoje essa comunidade está totalmente localizada dentro do município de Iracema.

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