castelos medievais

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sábado, 4 de junho de 2011

ILHÉUS DAS FORMIGAS - AÇORES - PORTUGAL


Os Ilhéus das Formigas localizam-se no oceano Atlântico ao norte da Ilha de Santa Maria, nos Açores.
Apesar de quase sempre referidos entre as ilhas do Grupo Oriental do arquipélago, são um dos locais menos conhecidos dos Açores


História
Terão sido avistados por Gonçalo Velho Cabral, em 1431, na sua primeira busca das ilhas achadas pelo piloto Diogo de Silves.
O farol das Formigas está localizado no ilhéu mais a sul, sendo um dos "ex libris" da farolagem açoriana, marcando com o seu perfil característico a paisagem oceânica do recife.
Características
Os ilhéus encontram-se 37 km a nordeste da ilha de Santa Maria e 63 km a SE da ilha de São Miguel. A sua disposição forma um alinhamento Norte-Sul com um comprimento total de 165 m e uma largura de cerca de 80 m. O seu território emerso é de cerca de 0,9 ha, distribuídos por oito rochedos muito baixos, (o mais elevado, o Formigão, apresenta 11 metros acima do nível do mar), pelo que são naturalmente desabitados.
Do ponto de vista geológico, os ilhéus das Formigas são formados, essencialmente, por escoadas de basalto, interrompidas por veios calcários que contêm fósseis de invertebrados marinhos que remontam, possivelmente, ao Miocénico.
As águas circundantes são de grande importância ecológica devido à diversidade de vida marinha que albergam e ao facto de constituírem local de reprodução e alimentação para muitas espécies incluindo tubarões, tartarugas e vários cetáceos.

A proteção legal

Em 1988, pelo Decreto Legislativo Regional n.º 11/88/A, de 4 de Abril, depois alterado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 8/90/A, de 17 de Maio, foi criada a Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas, que compreende tanto a área emersa dos ilhéus como uma extensa área marítima adjacente que inclui o recife submerso denominado banco Dollabarat.
Em 2003, a Reserva Natural foi reclassificada em Reserva Natural Regional pelo Decreto Legislativo Regional n.º 26/2003/A, de 27 de Maio, que revoga os decretos acima mencionados e procede a uma revisão dos limites e das medidas básicas de protecção. Actualmente a demarcação da Reserva é feita por um rectângulo limitado a N pelo paralelo 37º 21’ N, a S pelo paralelo 37º 09’ N, a E pelo meridiano 24º 37’ W e a W pelo meridiano 24º 53’ W. A área coberta protegida tem 52 527 ha e pretende proteger os ilhéus, a coluna de água, os fundos e os recursos marinhos associados ao Banco das Formigas.
Nesta área são interditos: (i) quaisquer actividades de pesca, apanha ou colheita de organismos marinhos (incluindo caça submarina), com ou sem auxílio de embarcação, à excepção da pesca comercial de atum com linha de mão ou salto e vara, exercida por embarcações que integrem o sistema MONICAP; (ii) a colheita de material geológico ou arqueológico ou a sua exploração sem autorização emitida pela entidade competente; (iii) a perturbação, por qualquer meio, das aves que se acolhem nos ilhéus; e (iv) o abandono de qualquer tipo de resíduos.
O diploma que enquadra a Reserva Natural Regional obriga a que esta seja dotada de um plano de ordenamento a elaborar no prazo máximo, entretanto expirado, de 3 anos.
O Banco das Formigas é uma área de grande relevância internacional para conservação marinha, ostentando já classificações como Sítio de Interesse Comunitário, ao abrigo da Directiva Habitats,[2] foi integrada na Rede Natura 2000 e é uma Área Marinha Protegida ao abrigo da Convenção OSPAR.[3] A sua inclusão na rede mundial da UNESCO de reservas marinhas da biosfera[4] foi também proposta, encontrando-se em análise.
O almirante Manuel Maria Sarmento Rodrigues, grande conhecedor dos mares dos Açores, faz dos ilhéus a seguinte descrição:
"Tem esta denominação um grupo de ilhéus, alguns deles simples rochedos, o mais alto dos quais, e também um dos mais pequenos, está apenas 5 metros acima do nível médio do mar. É o chamado Formigão. Os dois maiores, muito baixos e apenas separados por um estreito canal, têm no conjunto um comprimento de 180 metros no sentido N-S, e cerca de 40 metros de largura. As Formigas coroam um banco de cerca de 7 milhas [13 km] de extensão e 3 [5,5 km] de largura, situado 23 milhas [43 km] a NE de Santa Maria. O banco estende-se numa direcção NW/SE, estando os ilhéus na parte NW. Em redor destes não existem perigos submersos - além das rochas e baixos que se estendem até cerca de 700 metros para Sul e para Norte do farol - nem tão pouco sobre a restante parte do banco, onde as profundidades nunca descem abaixo dos 30 metros, à excepção de um pequeno ponto na parte SE, o Dollabarat, onde há uma sonda de 3 metros somente. As Formigas constituem um autêntico escolho para a navegação. De dia são visíveis a cerca de 10 milhas [19 km]; mas com neblina e sem radar pode encalhar-se no Dollabarat (sonda reduzida 3,3 m) sem que o Formigão ou o farol nos tenham prevenido. Os ilhéus não apresentam interesse algum para o navegante, porque praticamente não dão apreciável abrigo. Contudo pode-se nele desembarcar, com bom tempo, devendo a aproximação ser feita vinda de leste, rumo ao farol, junto do qual há um pequeno cais."

 O Farol das Formigas


O farol das Formigas.
Localizadas em pleno oceano, a pequena dimensão e altura dos ilhéus e a presença do recife do Dollabarat, fazem das Formigas um perigo para a navegação, particularmente em situação de má visibilidade ou quando a ondulação provoque ecos de mareta que não permitam a sua fácil detecção por radar. Face a esses perigos, logo em 1883 foi prevista a instalação nas Formigas de um farol.
Passando a competência de alumiar as costas, por força do Decreto de 2 de Março de 1895, para a Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, iniciou-se a construção dos faróis das ilhas de São Miguel e de Santa Maria. Contudo, as dificuldades técnicas e logísticas de construir um farol num local tão inóspito levaram ao sucessivo adiamento da sua concretização. Apenas no verão de 1948, numa operação de grande complexidade que envolveu a construção do actual cais de desembarque e o quebramento de rochas submersas para permitir a aproximação, foi construído um farolim. Apesar de ter sido necessário por vezes interromper os trabalhos em resultado do mau estado do mar, a obra foi concluída em apenas 36 dias. Em 1962, com a utilização do navio balizador Schultz Xavier, o farol foi modernizado. Posteriormente, o farol foi novamente alterado, sendo o acetileno substituído por uma lâmpada com alimentação fotovoltaica.
O farol está localizado no ilhéu mais a sul, numa zona aplanada sita cerca de 3 m acima do nível médio do mar, e assenta sobre uma torre tronco-cónica de 19 metros de altura, estando a luz 22 metros acima do nível do mar. Nos dias de mau tempo todo o ilhéu é varrido pelas vagas, ficando apenas emersa a torre. O farol é um dos ex-libris da farolagem açoriana, marcando com o seu perfil característico a paisagem oceânica das Formigas. Pode ser avistado a cerca de 12 milhas náuticas de distância, sendo, nos dias de visibilidade excepcional, visível das elevações da parte sueste da ilha de São Miguel e do nordeste da ilha de Santa Maria.

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