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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ILHA GRANDE (RIO DE JANEIRO) UM PARAÍSO NA COSTA FLUMINENSE

A Ilha Grande é o nome de uma ilha do litoral Brasileiro no oeste do estado do Rio de Janeiro, do município de Angra dos Reis. Possui  5.021 habitantes (Censo 2010).

Ilha Grande topographic map-PT.png
mapa da ilha grande

A Ilha Grande é a maior das ilhas do litoral de Angra dos Reis. É uma ilha de 193 km² com relevo acidentado e montanhoso, cujas maiores elevações são o Pico da Pedra D'Água (1 031 metros) e o Pico do Papagaio (982 metros), sendo este último o mais famoso, devido a sua forma pitoresca. As costas da ilha são recortadas por inúmeras penínsulas e enseadas (sacos), formando várias praias. A vegetação é exuberante, formada por mata atlântica, mangue e restinga.
Praia de Dois Rios
praia dois rios

A principal localidade da ilha é a Vila do Abraão, com, aproximadamente, 3 000 habitantes e que concentra a maior parte da infraestrutura da ilha, como posto de saúde, escola primária, posto dos correios e destacamentos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Um serviço de barcas liga diariamente a Vila do Abraão com Angra dos Reis e Mangaratiba, no continente. A vila conta, também, com ampla oferta de pousadas, campings, bares, restaurantes e comércio para turistas. Além desta, existem algumas outras pequenas comunidades espalhadas pela ilha também dotadas de infraestrutura turística, como Praia Grande ,Enseada do Bananal e Praia do Japariz.
Praia da Feiticeira
Praia da Vila Abraão

As atividades econômicas giram em torno da pesca e, principalmente, do turismo. A ilha oferece, atualmente, muitas alternativas turísticas: passeios de barco, praias com águas calmas para mergulho em família, praias destinadas à prática de esportes como o surfe e o mountain-bike, trilhas ecológicas por dentro da mata ao centro da ilha, além de algumas atrações históricas.
Praia de Lopes Mendes
Praia do Abraãozinho

Há na Ilha 4 (quatro) unidades de conservação, são elas: Parque Estadual da Ilha Grande e o Marinho do Aventureiro, Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, cujo acesso é somente permitido a pesquisadores e pessoas autorizadas pelo INEA, e APA de Tamoios. As áreas de proteção ambiental visam a garantir a proteção da grande reserva de mata atlântica ainda existente e da vida marinha existente no entorno da ilha.
Imagem relacionada
Vila Provetá
Vila do Abraão

Inicialmente habitada pelos índios tamoios, que já a chamavam de Ippaun Wasu ("Ilha Grande"), foi avistada pelo navega­dor português Gonçalo Coelho em 6 de janeiro de 1502, dia de Reis - daí o nome da ilha. Ao longo do século XVI, houve diversos combates na região. Nesses combates, os portugueses, aliados aos tupiniquins, enfrentaram os franceses, aliados aos tamoios. Em 1559, a coroa portuguesa resolveu nomear Dom Vicente da Fonseca para administrá-la, o que só ocorreu, de fato, com o fim da guerra com os tamoios.
A ilha foi atacada em 15 de dezembro de 1591 pelo Corsário Inglês Thomas Cavendish, que saqueou os viveres e pertences da população local e ateou fogo em suas residências, rumando em seguida para Ilha Bela para organizar seu ataque à Vila de Santos. Sobre essa história foi editado o livro "Piratas no Atlântico Sul" de Ernesto Reis.
A dificuldade em administrar a ilha e em impedir ataques de contrabandistas e corsários forçou a transferência de sua administração da capitania de São Paulo e Minas de Ouro para a capitania Real do Rio de Janeiro em 1726, a pedido do governador Luís Vaía Monteiro. Nesse período, a ilha começou a desenvolver as culturas de cana de açúcar e café, que se estenderiam até a última década do século XIX, intensificando sua colonização, quer com a fundação de fazendas, como também de pequenas vilas, onde os negros trazidos para trabalhar nas lavouras fizeram do lugar uma das principais rotas do tráfico de escravos até a abolição da escravatura.
No ano de 1803, a ilha passou à condição de freguesia, com o nome de Santana da Ilha Grande de Fora, ganhando autonomia jurídica em relação a Angra dos Reis. Em 1863, o imperador Dom Pedro IIfez sua primeira visita à ilha Grande, onde comprou a Fazenda do Holandês, local onde seria instalado o Lazareto, instituição que servia de centro de triagem e de quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil e, posteriormente, um sanatório para doentes de hanseníase. De 1886 a 1903, atendeu a mais de 4 000 embarcações. Serviu de presídio político durante os primeiros anos da república, quando foi criada a colônia agrícola correcional de Dois Rios.
Nos anos 1930, logo após o início do governo de Getúlio Vargas, deu-se a Revolução Constitucionalista de 1932, quando, então, todos os confinados do Lazareto foram transferidos para a colônia de Dois Rios, que passou a ser, em 1940, um presídio com capacidade para aproximadamente mil detentos, sendo, posteriormente, denominado instituto penal Cândi­do Mendes. Esse presídio se tornaria célebre quando da publicação de Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, que para lá foi encaminhado, como preso, durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945). Durante o regime militar de 1964, também foram transferidos presos políticos para o instituto, até o final da década de 1970, quando estes foram libertados e o presídio voltou a ter apenas presos comuns.
A ilha passou, então, por dificuldades econômicas, já que as poucas lavouras ainda existentes se tornaram de subsistência. Além disso, houve um grande declínio nas atividades da indústria pesqueira nos anos 1980.
Em 1994, o presídio, que era fonte de insegurança para a população local devido às fugas de presos, foi demolido pelo governo fluminense. Após sua implosão, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro obteve o direito de cessão da área e das benfeitorias que pertenciam ao presídio, inaugurando, no ano de 1998, o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável.
Um fato marcante a respeito do presídio Cândido Mendes, situado em Dois Rios, foi a famosa fuga do traficante "Escadinha", realizada no ano de 1986 com o auxílio de um helicóptero. "Escadinha"cumpria pena de 30 anos por tráfico de drogas, mas em 31 de dezembro de 1985, conseguiu escapar do presídio e se isolar na Praia de Coroa Grande. De lá, "Escadinha" foi resgatado de helicóptero por Carlos Gregório (conhecido como "Gordo") que na época era ladrão de carros no Rio de Janeiro . A fuga foi largamente noticiada em vários veículos de informação, tornando-se um fato famoso a respeito da Colônia Penal Cândido Mendes de Ilha Grande.
Desde então, a economia da ilha tomou novo impulso e tem se baseado no turismo, sendo um dos locais mais procurados do estado do Rio de Janeiro para a prática de surfe, mergulho, mountain-bike, montanhismo, camping e trilhas.
Em 2001, os corredores de trilha Carlos Sposito e Giovanni Mello completaram uma volta em torno da ilha, correndo sem paradas. O tempo total desse desafio foi de 25h41min. Até o momento, esse feito não foi repetido.
No início de 2010, a ilha sofreu com vários deslizamentos consecutivos em razão do grande volume de chuvas.
Em 2011 os moradores da ilha uniram-se e não pouparam esforços para fortalecerem a realizações eventos tradicionais neste paraíso, como o Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande, o festival de Cultura Japonesa na praia de Bananal.

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