Quando se navega no litoral antártico, é preciso estar pronto para viver uma surpresa atrás da outra. Mas ninguém está preparado para a beleza tira-fôlego do Canal Lemaire, braço de mar de 11 quilômetros de extensão e 1,5 quilômetro de largura, entre a Ilha Booth e a Península Antártica.
Tetas de Oona, ilha de Danco |
De um lado, os glaciares e as falésias escarpadas da ilha; do outro, as montanhas de cumes arredondados, cobertas de gelo, do continente. No meio, uma superfície marítima de águas azuis, tão tranquilas que tudo se reflete nelas, duplicando o efeito da paisagem. Em certos pontos, miríades de icebergs de todos os tamanhos conferem ao mar o aspecto de um imenso campo de vidro craquelê. De repente, as águas se agitam e um bando de pinguins passa em corrida desabalada. Compreensível. Atrás deles, ágil como um míssil submarino, corre uma foca leopardo faminta, em busca do seu habitual almoço: quatro ou cinco pinguins al dente.
outra vista dos cumes Tetas de Oona, na ilha Danco |
“Olha lá, olha lá: são as Tetas de Oona” (Oona’s Teats), grita o vulcanólogo alemão Uli Dornsiepen, outro cientista a bordo, apontando para dois portentosos rochedos avermelhados que, lado a lado, realmente lembram gigantescos seios femininos. E corremos todos para o lado do navio de onde se pode ver melhor as Tetas de Oona. Uli explica que o próprio descobridor do Canal Lemaire, o inglês Eduard Dallman, assim batizou os dois rochedos, em 1873, em homenagem a sua esposa, Oona
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