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sexta-feira, 26 de junho de 2015

DEPUTADO PROPÕE MUDANÇAS DE SEDES MUNICIPAIS NO AMAZONAS




Sem Título-1

Com 52 cidades afetadas diretamente pela enchente dos rios, a população do Amazonas enfrenta uma batalha anual contra a natureza. O nível da água dos rios sobe e os moradores buscam abrigo como podem com soluções temporárias, como elevar o assoalho das casas, em uma ação conhecida no interior como maromba.
Para evitar tragédias sociais e econômicas todos os anos nas cidades afetadas pela cheia dos rios, uma das soluções seria mover a sede municipal para uma região de terra firme, ou seja, não-alagável. A medida foi adotada em Boca do Acre, onde a prefeitura mudou a sede administrativa da cidade para uma região chamada Platô do Piquiá.
“Foi a alternativa que encontraram em Boca do Acre para fugir dessa tragédia anunciada, onde todos os anos a cidade era quase completamente inundada. As outras cidades poderiam estudar uma medida parecida ou trabalhar em outra solução para evitar que seus moradores sofram com algo que pode ser evitado, ou pelo menos, minimizado”, apontou o deputado estadual Sinésio Campos (PT), que abordou o assunto nesta terça-feira (23), no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Boca do Acre está localizada na calha do rio Purus, no extremo sudoeste do Amazonas, a 1.028 quilômetros de Manaus. Com 33,1 mil habitantes, a cidade foi a primeira a decretar estado de calamidade pública, em 11 de março deste ano, quando o nível do Purus chegou a 20,53 metros.
Anamã
Além de Boca do Acre, outra cidade do Amazonas está em calamidade pública: Anamã. Distante 161 quilômetros da capital, o município teve o estado de calamidade reconhecido na última sexta-feira (19), quando contabilizava 8,3 mil pessoas afetadas diretamente pela subida do nível da água.
“O município já vinha sendo atendido pelo Governo do Estado com apoio técnico e ajuda humanitária. Com o decreto reconhecido, Anamã deverá receber nos próximos dias a quarta remessa de socorro”, adiantou o secretário-adjunto da Defesa Civil do Amazonas, Hermógenes Rabelo.
Construído sobre área de várzea (alagável anualmente), a sede do município de Anamã, no baixo rio Solimões, é um exemplo de cidade que poderia avaliar uma mudança de sede municipal. “Quero usar esse município como exemplo para cobrar medidas mais enérgicas, mais eficientes, dos prefeitos para evitar que ano após ano dezenas de cidades fiquem submersas. A sede do município fica na várzea, ou seja, alaga todo ano mesmo que a cheia não seja tão forte”, afirmou o deputado estadual Sinésio Campos.
Solução
Segundo o deputado, Anamã foi criada em 1983, quando se desmembrou de Anori, de onde até então era um distrito. E, hoje, “passados 32 anos e com quase 12 mil habitantes, a cidade continua sofrendo com a cheia, todo ano, sem nenhum vislumbre de melhoria”.
“Será que não estaria na hora de pensar em uma solução para esse problema, para não deixar a cidade inundada, não só Anamã, mas os outros municípios que também enfrentam o mesmo problema?”, questionou Sinésio, que se colocou à disposição dos prefeitos interessados em discutir o assunto.
Enchente
A Defesa Civil do Amazonas contabiliza 46 municípios em situação de emergência, quatro (Nova Olinda do Norte, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã e Nhamundá) em estado de alerta e dois em calamidade pública. São 460,1 mil pessoas afetadas pelo regime dos rios.
Em Manaus, que está em situação de emergência, o nível do rio Negro aferido no Centro da cidade está em 29,64 metros, conforme medição nesta terça-feira (23). No mesmo dia do ano passado, o nível do rio estava em 29,46 metros.

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