Vista aérea de Jaboatão dos Guararapes, que pode ser desmembrado em dois municípios: Cavaleiro e Jaboatão. Foto: Adriano Soares/DP/D.A Press |
“Encontrávamos muita resistência para que essa votação ocorresse, porque, no passado, existiu uma verdadeira farra. Surgiram cidades com 800 habitantes. Acontece que já se passaram 16 anos sem que nenhum município fosse criado e, nesse tempo, muitos distritos se desenvolveram até mais do que as cidades-mães”, disse o presidente da Frente Parlamentar de Apoio à criação de Municípios no Brasil, deputado José Augusto Maia (PTB-PE). De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), mais de 700 projetos relativos à emancipações aguardam uma decisão do Congresso nas gavetas de Assembleias Legislativas brasileiras.
Em Pernambuco, são 24 matérias desse tipo. Na lista estão, por exemplo, projetos para que Cavaleiro e Jaboatão Centro sejam desmembrados da cidade de Jaboatão dos Guararapes, dando origem a outras duas localidades independentes. O deputado recordista em pedidos de emancipação é Claudiano Martins Filho (PSDB), porém, são os deputados Odacy Amorim (PT) e Raimundo Pimentel (PSB) que têm encabeçado a luta para aprovação do PL 416. Ambos foram a Brasília na semana passada e devem retornar para acompanhar a movimentação desta terça.
Segundo o deputado José Augusto Maia, projeto vai ser analisado em plenário por causa de pressão do STF. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press |
Apenas uma emenda foi acrescentada ao Projeto de Lei pela Frente. Ela diz respeito ao mínimo populacional necessário para o surgimento de uma cidade. “Estabelecemos uma variante de população. Para cada região, consta um mínimo diferente. Isso foi estudado e discutido com os movimentos de emancipação de todo o país”, explicou Maia. No caso de Pernambuco, o requerido é pelo menos sete mil habitantes.
Regras devem ser analisadas
Três fatores são decisivos no momento de se criar um município: o histórico, o econômico e o político. Para o economista e sócio-diretor da Ceplan Consultoria Valdeci Monteiro, porém, o político não pode se sobrepor. “Pernambuco tem um novo mapa político, a disputa está grande e, em alguns casos, existe uma busca por acomodação de lideranças em novos municípios. É toda uma engenharia partidária. Mas é preciso se ater a questões histórico econômicas e, principalmente, saber se é isso que os moradores daquela localidade querem”, disse.
Nesse sentido, o economista destacou como aspecto positivo do Projeto de Lei Complementar 416/2008 a necessidade de realização de um plebiscito. Caso o resultado seja contrário à emancipação, outra consulta só poderia ser realizada dez anos depois. Apesar de considerar que há um inchaço na quantidade de municípios no Brasil, Monteiro concorda com a necessidade de aprovação de uma regulamentação. “Existem casos e casos. Em alguns, é positiva a emancipação, pois fortalece as localidades que, ao longo do tempo, criaram uma identidade própria e distinta do município-mãe”, comentou o economista.
Ao mesmo tempo, no entanto, ele advertiu sobre os ônus. O principal da lista é o custo. “Terá que ser criada toda uma estrutura administrativa. Será uma prefeitura, funcionários, uma câmara, assessores. Então, em um momento de crise federativa, em que mais de 90% dos municípios brasileiros dependem de repasses federais é complicado”. A criação de novos municípios implica em mudanças na distribuição do Fundo de Participação de Municípios (FPM), receita que para muitas cidades é vital, e que está ligada à população das localidades.
Pré-requisitos para emancipações conforme a PLP 416/2008
População igual ou superior a:
* 5 mil habitantes nas Regiões Norte e Centro-Oeste
* 7 mil habitantes na Região Nordeste
* 10.000 mil habitantes nas Regiões Sul e Sudeste
Eleitorado
* Eleitorado igual ou superior a 50% de sua população;
* Núcleo urbano constituído, dotado de infraestrutura, edificações e equipamentos compatíveis com a condição de município;
* Número de imóveis, na sede do aglomerado urbano que sediará o novo município, superior à média de imóveis de 10% dos municípios do estado considerados em ordem decrescente os de menor população;
* Arrecadação estimada superior à média de 10% dos municípios do estado, considerados em ordem decrescente os de menor população;
* Área urbana não situada em reserva indígena, área de preservação ambiental ou área pertencente à União, suas autarquias e fundações;
* Continuidade territorial.
Projetos apresentados na Assembleia Legislativa de Pernambuco
Distritos Cidades-mãe
Ameixas Cumaru
Apodi Glória do Goitá
Barra de São Pedro Ouricuri
Bonança Moreno
Caraibeiros Itacuruba
Cavaleiro Jaboatão dos Guararapes
Curral Novo Águas Belas
Cruzes Panelas
Frexeira Escada
Fátima Flores
Ibiranga Itambé
Izacolândia Petrolina
Jaboatão Jaboatão dos Guararapes
Jabitacá Iguaci
Pão de Açúcar Taquaritinga do Norte
Ponta de Pedra Goiana
Ponte dos Carvalhos Cabo de Santo Agostinho
Rainha Isabel Bom Conselho
Rajada Petrolina
São Domingos Buíque
Nascente Araripina
Negras Itaíba
Nossa Senhora do Ó Ipojuca
Serrolândia Ipubi
Corrigindo: É apoti e não apodi
ResponderExcluirA vontade de crescer é inerente à condição humana. Nós, filhos de Rainha Isabel, estamos munidos de esperança para vermos este sonho se tornar realidade.
ResponderExcluirVal Colatino, filho e amante de Rainha Isabel.