Belushya Guba é o centro urbano mais importante de uma ilha com 90 000 km2 (o tamanho de Portugal). A ilha chama-se Novaya Zemlya (Terra Nova em russo) e fica no Ártico siberiano; o curioso é que, sendo uma extensão dos Urais, ainda pertence à Europa. è capital do Distrito de Novaya Zemlya, parte integrante do Oblast de Arkhangelsk. O total da população de Novaya Zemlya é de 2.429 habitantes, sendo que 1.972 habitantes moram no centro administrativo das ilhas: Belushya Guba.
De fato, é mesmo o extremo nordeste da Europa:
Na verdade Novaya Zemlya não é uma ilha mas um arquipélago, constituído por duas ilhas separadas por um estreito canal, navegável quando o mar degela - o Matochkin Shar.
A poente, é o Mar de Barents; a leste, o Mar de Kara. Ambos gelam no inverno, prolongando no mar a calote gelada que cobre as ilhas.
Belushya Guba foi fundada em 1895, ainda na época da caça à baleia. Mas entrou para a História em 1954, quando os russos decidiram usar Novaya Zemlya como sítio de testes para bombas atómicas. Passou a ser nessa altura um feio aglomerado de blocos militares ( e eram muitos os que serviam na base e no aeroporto próximo, Rogachevo). Desde o fim da guerra fria, semi-abandonada, foi decaindo tornando-se um tenebroso desterro para militares.
Com o atual boom de enriquecimento súbito na Rússia, alguma coisa vai mudando - melhoram os transportes e as infra-estruturas, os serviços à comunidade...
... pintam-se os feios blocos de cores vivas, (re)constroem-se escolas e igrejas...
Assim, toda colorida e repavimentada, parece outra coisa. Tem lojas, mercado, hospital e clínicas, cabeleireiro, hotéis, piscina e ATM. E uma igreja, claro. "Restyling" à russa: nova igreja ortodoxa.
Os dois ícones da Rússia, a igreja ortodoxa e a estátua de Lenine, num frente-e-frente desafiador.
População: 1.972 habitantes (Censo 2010)
Ainda continua a ser maioritariamente habitado por militares e suas famílias, mas agora é o petróleo e os minérios que estão na mira, sobretudo porque as rotas cada vez mais acessíveis do Ártico começam a ser rentáveis.
Uma escola para 560 alunos, infantário, novos apartamentos, dois hotéis, lojas e cabeleireiro, estúdio de fotografia, hospitais com 200 camas, uma clínica, um pavilhão desportivo com piscina olímpica...
No Verão, as temperaturas variam entre −12 °C e +10 °C - podia ser pior, mas as tempestades e a longa noite invernal são terríveis.
A beleza de Novaya Zemlya
Novaya Zemlya ficou tristemente célebre como local de testes de bombas nucleares durante a guerra fria; foi lá que os soviéticos fizeram rebentar a maior bomba de todos os tempos - a "Tsar bomba".
Isso já lá vai. Agora começa a ser cada vez mais visitada por cruzeiros turísticos. E não admira:
Glaciar, no golfo de Inostrantseva, na costa norte.
O estreito de Matochkin
Capela em Matochkin
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O norte da Sibéria foi durante séculas uma zona mártir - abandonada, usada para trabalhos forçados nos Gulags, povoada de tribos nômades deixadas na miséria, salpicada de feias cidades industriais (*) que eram (e são ainda) pesadelos monstruosos, para onde se degredavam os camponeses e pastores convertidos pela força à vida desumana em fábricas imensas, muitas hoje em ruínas. Acrescem casos como este, de um sítio habitado pelas tribos Nenets, que foram desalojadas quando começou o programa atômico.
A comunidade Nenets de Matochkin Shar
Novaya Zemlya ficou tristemente célebre como local de testes de bombas nucleares durante a guerra fria; foi lá que os soviéticos fizeram rebentar a maior bomba de todos os tempos - a "Tsar bomba".
Isso já lá vai. Agora começa a ser cada vez mais visitada por cruzeiros turísticos. E não admira:
Glaciar, no golfo de Inostrantseva, na costa norte.
O estreito de Matochkin
Capela em Matochkin
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O norte da Sibéria foi durante séculas uma zona mártir - abandonada, usada para trabalhos forçados nos Gulags, povoada de tribos nômades deixadas na miséria, salpicada de feias cidades industriais (*) que eram (e são ainda) pesadelos monstruosos, para onde se degredavam os camponeses e pastores convertidos pela força à vida desumana em fábricas imensas, muitas hoje em ruínas. Acrescem casos como este, de um sítio habitado pelas tribos Nenets, que foram desalojadas quando começou o programa atômico.
A comunidade Nenets de Matochkin Shar
A ponta nordeste da
Europa:
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